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Tuesday, August 08, 2006

GLOBALIZAÇÃO: BENDITA OU MALDITA?


O Kailasa Blues indica o artigo abaixo, de autoria do Prof. Weil. Seu Curriculum dispensa comentários (ver no site www.pierreweil.pro.br).

Para meditar sobre o que fazemos todos os dias, sobre aonde realmente podemos chegar caçando o famoso "crescimento de lucros", sobre suas causas e sobre seus efeitos colaterais.

Deixe de preguiça e leia o texto inteiro, vale à pena.

Depois, medite um pouquinho...
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DESEMPREGO: EM DIREÇÃO A UMA CIVILIZAÇÃO DO LAZER?

Um dos males maiores que assola a nossa civilização industrial é sem dúvida o desemprego.
As suas causas são bastante conhecidas e podem ser resumidas por uma simples enumeração:

1) A automação e a informática, contrariamente ao que seus profissionais prometeram no início, estão substituindo o trabalhador pela máquina, de modo irreversível, incluindo nisso secretarias e tradutores.

2) Invasão incontrolável de trabalhadores do terceiro mundo no primeiro mundo e em geral dos que provém de regiões pobres para regiões ricas, e das regiões rurais para metrópoles.

3) Aumento significativo da mão-de-obra feminina que tende a dobrar os efetivos de mercado de trabalho.

4) Altas taxas de juros, em certos países, como medida antiflacionária, mesmo que provisória.

5) Explosão demográfica, sobretudo nos países pobres, aumentando significativamente a mão-de-obra.

6) Incremento das medidas de racionalização do trabalho, programas de "Qualidade Total" e sobretudo de "reengenharia", com os seus "enxugamentos".

7) Globalização da economia mundial suprime empregos nas regiões com salários elevados.

8)
Substituição das pequenas empresas pelas grandes organizações tais como supermercados ou cartéis industriais.Os trabalhadores erradicados do mercado de trabalho aumentam de modo significativo o número de excluídos. Cada vez mais marginalizados, eles são forçados a sustentar a si mesmos e fazer sobreviver suas famílias; a abrirem mão da sua ética, entrando na delinqüência, no tráfico de drogas e na violência.Em recente livro escrito por dois jornalistas alemães Hans Peter Martin e Harald Schumann, intitulado "A Armadilha da Globalização", os autores relatam as conclusões a que chegaram representantes das grandes multinacionais. Só alguns jornalistas foram autorizados a assistir ao conclave. As conclusões são estarrecedoras quanto ao assunto que nos interessa aqui. Avaliando o futuro da economia mundial, só 20% da população ativa do Planeta serão consideradas suficientes para dar conta da produção. Isto significa que 80% serão excluídos e alijados da possibilidade de ganhar o seu sustento e o da sua família. O que será deles?Estamos aqui diante do que seja talvez o maior desafio econômico dos últimos séculos... Interessante é constatar que se trata de um desafio para todos os grandes segmentos da sociedade: Para os trabalhadores acabou o seu sustento. Para os governos há uma diminuição drástica da receita de impostos, para as empresas perdeu-se a maior fonte da sua receita, as dos consumidores; até que ponto o neocapitalismo não estará caindo num círculo vicioso? Mais dispensa de empregados e quadro-dirigentes para produzir mais e com melhor qualidade de serviços e produtos, e menos os consumidores terão para escoar as mercadorias. Estará o neocapitalismo se suicidando aos poucos?Qual a solução para este dilema? Existe? Pensamos que sim, desde que se mude de ótica sócio-econômica. Pensamos que existe uma saída desde que se adote uma visão inteiramente nova do que poderá ser a sociedade e do papel do ser humano nela.Seria uma sociedade de lazer, feita para o ser humano estudar, evoluir, viver amor e alegria em caráter permanente. Para os oitenta por cento, a questão não é mais de arranjar emprego, mas sim de ter renda para viver o conforto essencial, e poder comprar o necessário para este fim. Para o governo se trata de assegurar para todos o que hoje é considerado como salário-desemprego e que vira uma remuneração básica. Para os organismos de produção de bens, estes encontrarão nesta remuneração básica, a sua fonte primordial de manter um consumo indispensável à sua subsistência. E os que querem trabalhar por vocação entrarão nos vinte por cento integrados na vida econômica. O governo poderá obter recursos para a remuneração básica dos oitenta por cento, graças a um novo sistema fiscal com taxas sobre todas as máquinas que tiraram do ser humano o seu ganha-pão. Cabe a elas principalmente assegurar o consumo da sua produção. Pode-se obter também recursos através de impostos sobre os vinte por cento da população do sistema produtivo, já que sua remuneração seria bem maior que a de base. Será que os economistas poderiam encontrar soluções criativas dentro deste novo cenário? De qualquer forma, eles devem levar em consideração a necessidade de um desenvolvimento viável em função da necessidade de preservar a vida no Planeta. Isto complica a tarefa que vai exigir talvez um retorno a um certo dirigismo econômico, evitando os riscos políticos de ditadura.

9)Entraremos assim numa nova civilização que um sociólogo francês, Jofre Dumazedier, chamou, na primeira década do século XX de "civilização do lazer". Se levarmos estas considerações às últimas conseqüências e como última e única alternativa para o desemprego, teremos que nos perguntar o que irá acontecer sem elas: o isolamento sócio-econômico, a miséria ou a volta, para os oitenta por cento, ao regime da taba indígena?

PIERRE WEIL - Fonte: http://www.pierreweil.pro.br/Novas/Novas-17.htm
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